Caso
haja interesse dos autores, este pode ser o primeiro projeto em Living
Steel (ou Steel Frame) executado para Habitacao Social pela
HabitatBrasil.Org em area nobre da cidade
Baixo impacto, agil, economico, eficiente, com todos os implementos tecnologicos da sustentabilidade e belissimo, pode se tornar paradigma da habitacao social verticalizada.
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2º Concurso Internacional Living Steel para Habitação Sustentável
Recife - PE, 2007Projeto Premiado
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Memorial
Pareceu-nos que se trata de projetar, não apenas para um lote
específico em Recife, mas também apontar caminhos para o importante
problema habitacional de uma realidade específica do planeta; uma faixa
que é identificável, não por sua delimitação geopolítica e sim por suas
características bioclimáticas.
Trata-se da Zona tropical úmida, que ocupa quase 50% de toda região
intertropical do planeta. Caracterizada pela intensa insolação; pelo
alto índice pluviométrico, altas temperaturas com pouca flutuação e
grande umidade.
Além das afinidades climáticas alguns fatores sócio-culturais em
comum despontam. Estão entre eles: a condição econômica no cenário
mundial (muitos países “em desenvolvimento” estão estabelecidos nesta
faixa) a crescente urbanização de suas sociedades, a carência
habitacional em meio a grande pressão do crescimento populacional.
Dentro desta faixa é possível identificar tipologias arquitetônicas
locais com características que se repetem e que nos dão alguns elementos
essenciais para a aclimatação das edificações.
O meio urbano de Recife – Pernambuco
Com uma notável rede hidrográfica a sub-região costeira apresenta uma
relação instável entre o solo e a água e é comum a ocupação de terras
baixas, periodicamente inundáveis.
Para adequar-se a este contexto pensamos edificações sobre pilotis
(palafitas) com estruturas leves que não extrapolem a capacidade de
carga do solo.
No caso específico do loteamento proposto com quatro pavimentos
podemos garantir o adensamento desejado de forma saudável evitando ainda
a necessidade de mecanização da circulação vertical, respeitando as
severas restrições orçamentárias.
A ampla ventilação cruzada dos edifícios, além de atender às
exigências de conforto próprias maximiza o fluxo de ar que atinge os
edifícios situados a sotavento.
O Enfoque
Acreditamos que a consciência a respeito do Global Warming e as
conseqüentes medidas que disso resultam, configuram uma nova ordem
Mundial.
Consequentemente entendemos que a questão proposta pelo concurso
exige um pensamento abrangente capaz de verificar(especular) qual será o
papel da arquitetura neste novo contexto e a quais parâmetros deve se
referir. Pensamos desenvolver um modelo arquitetônico cuja essência
consiste em responder de forma direta e econômica a estes parâmetros, ou
seja, não apenas se adequar às questões de sustentabilidade ambiental e
social, mas ter sua própria concepção originada e contida nestes
parâmetros: uma “Arquitetura Essencial”.
Sua beleza consiste na capacidade de revelar estes conceitos: está de
tal forma vinculada a seu contexto que não pode ser entendida fora
dele: é exposta a estes parâmetros que esta arquitetura se revela.
OS (7) PARAMETROS
1. O uso do solo
Considerando que a qualidade do ambiente urbano na faixa tropical
úmida depende em grande medida de uma boa ventilação (conforto térmico e
higiênico) o modelo proposto prevê não apenas edificações “permeáveis”,
mas também a implantação de blocos isolados, dispostos de maneira a
permitir o permanente fluxo de ar entre as edificações.
O aumento da densidade (considerada a baixíssima densidade dos
assentamentos predominantes) conduz a um modelo mais produtivo para
ocupação do território, absorvendo o crescimento populacional e contendo
o avanço da mancha urbana.
As edificações foram pensadas como um sistema que pode assumir
diversas dimensões; o numero de pavimentos será reflexo da capacidade de
carga do solo e da possibilidade de mecanização do edifício.
O Paisagismo deve ser pensado integralmente com espécimes nativas, dispensando cuidados ou doses extras de água.
2. Desempenho bioclimático
A Sombra e a ventilação são entendidas como recursos estratégicos
essenciais, dispensando as soluções ativas ou mecanizadas como a
climatização. Por esta razão os espaços são “explodidos”; vazados;
fluidos.
Como não há estação fria os fechamentos de vidro foram dispensados (Glass free).
A ventilação resfria o meio e as edificações; mantém a atmosfera
livre de partículas em suspensão; previne a condensação da umidade nas
superfícies e a conseqüente formação do mofo.
A cobertura, como um para-sol com grandes beirais e as varandas, além
de sombrearem, garantem boa proteção contra as chuvas sem, no entanto,
impedir a ventilação. A edificação é elevada do solo, sobre “estacas”,
como palafitas.
A ventilação cruzada é garantida por amplos interiores; divisórias
internas à meia-altura e as venezianas, desenhadas para bloquear a
intensa luz solar, mas para admitir o ar francamente. A movimentação das
venezianas permite controlar a velocidade do ar no interior da unidade,
bem como bloquear os raios solares do poente e nascente.
Foram adotados materiais com pequena massa ou inércia térmica (evita
armazenar calor durante o dia uma vez que as noites são igualmente
quentes).
A adoção de cores claras também minimiza a absorção da radiação solar.
3. Construção e Operação
A construção é simples, composta de poucos elementos (componentes): “Essencial”.
A partir de uma seção transversal tipo o edifício é concebido como
uma máquina (sistema) estrudável; reprodutível. Componentes
pré-fabricados deverão ser simplesmente montados no local, garantindo um
processo limpo e racional; uma obra seca.
Composta por perfis de mercado a superestrutura de aço será toda
aparafusada dispensando a atividade de solda in loco. O uso de painéis
de laje dispensa o uso de escoramentos ou estruturas temporárias.
A utilização de componentes industrializados acabados dispensa o uso
de pintura ou outros cuidados superficiais, minimizando as atividades de
manutenção. Quando necessário, alguns componentes podem ser
substituídos e o descarte encaminhado para a reciclagem.
A utilização de recursos passivos como responsáveis pelo
funcionamento minimiza os custos e a complexidade da operação do
edifício.
4. Materiais e recursos (Desempenho ambiental)
O projeto busca responder à crise global principalmente através da
redução. A idéia de arquitetura “essencial” prevê uma construção
simples; mínima, com uso econômico de materiais (Lightness).
Da mesma forma, tendo seu funcionamento embasado nas soluções
passivas o edifício demanda um mínimo consumo de energia para funcionar e
se manter.
A geração de energia limpa in loco, porém não está descartada, de
acordo com a disponibilidade financeira e o regime de fornecimento
energético da região pode-se lançar mão da geração de energia Solar
(fotovoltaica) na cobertura.
Os princípios para especificação dos materiais empregados são:
certificação ecológica com custo acessível (compatibilidade com
empreendimento para habitação de interesse social) buscando manter um
equilíbrio entre componentes da indústria de âmbito global e materiais
locais.
Alguns sistemas prediais de simples funcionamento e manutenção
deverão ser implementados, tais como sistema solar para aquecimento de
água e reuso de águas pluviais (devido ao alto índice pluviométrico o
reuso das águas cinzas pode ser descartado).
5. Flexibilidade e Reprodutibilidade
A idéia de arquitetura essencial como infraestrutura nos levou a
conceber um sistema flexível baseado na disponibilização de pisos
abertos e sombreados, que como plataformas (lembrar os decks das
embarcações fluviais da região) oferecem um suporte, um espaço aberto
para ser apropriado.
O Edifício, montado a partir de componentes pré-fabricados e
elementos industrializados, é naturalmente apto à reprodutibilidade.
Pensado como um sistema adequado para toda a faixa tropical úmida, o
edifício tem grande capacidade para absorver a heterogeneidade e
mutabilidade do uso e permitindo que possa ser reproduzido em contextos
diferentes com dimensões diferentes.
6. Fatores Sócio-culturais
A imponderabilidade e a velocidade com que se modificam a organização
familiar, tendo como condicionantes sua religião, divisão do trabalho,
valores simbólicos, dentre outros, nos levou a pensar as unidades como
salões abertos, flexíveis.
A intervenção no espaço por parte de seus usuários não é apenas
permitida, mas é também encorajada: a participação na definição do
espaço estimula o sentimento de pertencimento que além de promover o bem
estar da comunidade propicia o envolvimento e compromisso com a
preservação do lugar: fator fundamental na balança da sustentabilidade
do conjunto (empreendimento).
Varandas e circulação horizontal ao mesmo tempo em que são o lugar da
sombra, da proteção das radiações solares é também espaço de vivência e
encontro, estes espaços comuns são estruturadores da dinâmica do
edifício e podem também tornar-se estruturadores da comunidade.
O uso de materiais industrializados certificados, remete ao
envolvimento de uma sociedade produtiva organizada, assim como a
incorporação de técnicas/tradições locais traz identidade cultural ao
conjunto.
7. Custo
A arquitetura essencial é por sua própria natureza econômica: seja
pela industrialização de sua produção, seja pelo uso parcimonioso de
materiais.
A predominância do uso de recursos naturais, como o vento ou a
iluminação natural, reduz consideravelmente a necessidade de
equipamentos e, portanto a quantidade de energia e de capital para a
construção e operação de edifícios.
A industrialização da construção promove a economia de escala além da
redução no tempo de execução e do desperdício de material na obra.
Ficha Técnica
Projeto2° Concurso Internacional Living Steel para Habitação Sustentável
Local
Recife – PE
Ano do projeto
2007
Área do terreno
11.240 m2
Área construída
10.275 m2
Equipe
Andrade Morettin Arquitetos
Colaboradores
Marcio Tanaka, Marina Mermelstein, Merten Nefs e Thiago Natal
Premiação
2º Concurso Internacional Living Steel para Habitação Sustentável - 1º PrêmioPublicações
Monolito 2 | Andrade Morettin Arquitetos, Brasil. Editora Monolito, São Paulo. 2011The Architectural Review. 2007. Emap Communications, Reino Unido
MORAR – Revista da Folha. 2007. Folha de São Paulo, Brasil
METALICA – www.metalica.com.br
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MANUAIS
MANUAIS CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
A construção industrializada é alternativa perfeitamente viável para a realização de empreendimentos habitacionais, capazes de apresentar ganhos de qualidade e produtividade. Em se tratando do uso de estruturas em aço na construção, a ocorrência de algumas patologias em empreendimentos utilizando essa tecnologia, no passado, levaram a CAIXA a estabelecer as condições mínimas a serem observadas, de modo a ser evitada a sua repetição.Com esse objetivo, foram desenvolvidos dois trabalhos técnicos estabelecendo requisitos e critérios mínimos para financiamento pela CAIXA de Edificações Habitacionais Estruturadas em Aço e de Sistemas Construtivos Steel Framing, realizados de maneira articulada com os produtores de estruturas de aço, representados pelo Centro Brasileiro da Construção em Aço, apoiado pelo Instituto Aço Brasil, e com os usuários, representados pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo - SINDUSCON/SP.
- Capa do Manual
- Requisitos e Condições Mínimos
- Tabelas de dimensionamento estrutural para Edificações com o Sistema Construtivo em Steel Framing
- Guia do Construtor em Steel Framing - Dados Técnicos
- Detalhes Construtivos para Steel Framing
- Documentos de Avaliação Técnica - Datec
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